Amaynara e Vazigton, a melhor imagem para fechar 2016


Por Fernando Brito, Tijolaço

A notícia nem é nova. Saiu há três dias e a formatura já tem mais de uma semana.

Mas Amaynara e Vazigton, ambos índios pataxós e ambos brasileiros tanto ou mais que todos nós são um raio sorridente de luz neste ano, posando com seus adereços tribais após a formatura da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

São, os dois, a encarnação da igualdade de capacidade a quem se dá igualdade de oportunidades.

São a luva mais elegante que se atira aos elitistas que acham que a sua formação profissional – total ou parcialmente paga pelo povo brasileiro – é exclusivamente um bem privado, que não tem contrapartidas em gratidão e cuidados com os que lhe permitiram ser profissionais. Na medicina ou em qualquer área.

Como Amaynara e Vazigton, fazemos parte de um povo, embora tão frequentemente não tenhamos o orgulho de proclamá-lo, como eles fazem.

Não nos lindos cocares de pena que usam, mas no gesto que ambos tomaram: voltar às suas comunidades e a outras iguais no abandono para multiplicar o bem que receberam.

Meninos, desculpem, doutores Amaynara e Vazigton, muito obrigado.

Só olhar para vocês cuidaram um pouco de um velho coração capenga, neste dia de virar o ano.
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