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Mark Zuckerberg, do Facebook, é conhecido por aparecer para trabalhar com roupas semelhantes |
"Esta é a quantidade de roupas perfeita para mim", afirma ele, que mora em Peoria, no Arizona (EUA), e possui apenas cerca de 30 itens no armário. "É uma decisão a menos para tomar no meu dia."
Inspirados por autores e blogueiros como Becker, muitos consumidores estão ávidos por simplificar suas vidas ao descartar aquilo de que não precisam. Vários começam por seus guarda-roupas, abrindo mão das tendências de moda em favor de uma pequena coleção de itens essenciais de alta qualidade.
Alguns dos executivos mais bem-sucedidos do mundo também são adeptos do "capsule wardrobe" (algo como "guarda-roupa comprimido"). Nos anos 80, a estilista americana Donna Karan criou uma linha de sete peças básicas, voltada para a mulher que trabalha fora. Hoje em dia, Mark Zuckerberg, o todo-poderoso do Facebook, e o estilista Karl Lagerfeld, o todo-poderoso da Chanel, são vistos usando roupas parecidas todos os dias. O presidente americano, Barack Obama, só veste ternos azuis ou cinza. E é quase impossível pensar em Steve Jobs, o falecido fundador da Apple, sem suas blusas pretas de gola alta.
"Eu realmente quero livrar a minha vida, para que possa tomar o mínimo possível de decisões sobre tudo que não for como melhor servir a comunidade", disse Zuckerberg em entrevistas passadas.
Enquanto alguns preferem escolher dez peças de roupa essenciais e combiná-las com outros itens da temporada, outros preferem manter a dose de 33 recomendada pelo Projeto 333, incluindo acessórios.
"O número é apenas um ponto de referência para manter um armário livre de excessos, algo aparentemente difícil por causa da ascenção da moda descartável", afirma Courtney Carver, ex-executiva de vendas de publicidade que iniciou o Projeto 333 há seis anos. "É uma maneira de aprender o que realmente significa a palavra 'suficiente'."
Benefícios
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Joshua Becker é autor de livros sobre como se livrar de excessos em casa |
Carver gasta menos de US$ 1 mil por ano para substituir os itens já usados demais - muito menos do que os US$ 6 mil anuais que ela costumava gastar comprando roupas da moda. Em vez de fazer compras quase que semanalmente, como antes, ela agora vasculha lojas algumas vezes por ano e mantém uma rígida lista de itens dos quais ela precisa.
Há ainda os benefícios psicológicos. "Ter menos coisas nos ajuda a parar de atribuir um significado desnecessário a nossas posses", afirma a psicóloga americana Jennifer Baumgartner, autora do livro You Are What You Wear ("Você é o que você veste", em tradução literal). "Com o tempo, livrar-se dos itens excessivos vai se tornando mais fácil."
"Temos uma tendência de dar importância a pertences que não são importantes", diz Baumgartner, cujas roupas se distribuem em apenas 65 cabides e três gavetas pequenas. "Não há por que dar a nossas roupas o poder de influenciar nossas emoções."
Para Jennifer Scott, autora do livro Madame Charme, o número ideal de itens para se ter no guarda-roupa varia de pessoa para pessoa. Ela diz ter apenas dez peças essenciais: três vestidos, duas calças jeans, três blusas, uma saia e uma camiseta. Para montar seus looks, ela "joga" com cintos, jaquetas e malhas.
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Para psicóloga Jennifer Baumgartner, manter só peças essenciais ajuda a reduzir o estresse provocado por decisões |
O truque, segundo os especialistas, está em comprar peças que sirvam para várias ocasiões e que combinem entre si e com outros itens do armário.
"Tive que dar um up na minha roupa informal e simplificar em ocasiões mais formais", revela Carver. Se antes ela ia trabalhar com um tailleur sob medida, hoje ela adota uma camisa mais casual com jeans e mantém o blazer do conjunto antigo. Cores sólidas em tecidos que não amarrotam e contêm um pouco de stretch funcionam melhor.
Para Baumgartner, ter uma pequena variedade de roupas também ajuda a reduzir o cansaço provocado pela incessante tomada de decisões. "As pessoas começam se desfazendo dos excessos no guarda-roupa e depois passam a fazer o mesmo no resto dentro e fora de casa, removendo de suas agendas compromissos, atividades e até pessoas desnecessárias."
Receita de sucesso
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Jennifer Scott possui apenas dez peças de roupa básicas e as combina com acessórios |
Minimalistas, como Scott, afirmam que o guarda-roupa cápsula não é necessariamente sem estilo. "A maioria das pessoas acaba descobrindo que ter menos roupas até facilita a tarefa de encontrar um estilo pessoal", opina.
"O importante é que tudo combine entre si e tenha um caimento impecável.
Assim, a pessoa sempre estará apresentável", afirma. Para quem trabalha fora, ela recomenda manter duas pequenas coleções em casa: uma mais formal e outra para as horas de folga.
Para aqueles que não resistem dar uma passadinha no shopping para checar as últimas novidades, a especialista sugere buscar peças básicas, sem necessariamente sair comprando. "Curta a caçada. Tirar algo da lista mental traz uma ótima sensação", diz.
Diminuindo o guarda-roupa:
Estabeleça uma quantidade: Determine o número de itens em seu armário, seja dez, 33 ou um número intermediário.
Estabeleça um limite de tempo: Decida por quanto tempo você vai usar as peças do 'guarda-roupa comprimido'. De um a três meses é o ideal.
Selecione com cuidado: Substitua itens surrados ou manchados assim que possível.
Adote a regra do "entra um, sai um": Quando comprar uma roupa nova, desfaça-se de uma velha.
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