Cadeia para Todos, a solução da Janaína para a crise prisional


Por Fernando Brito, Tijolaço

Já temos quase 700 mil presos no Brasil.

Logo, chegaremos a um milhão.

Mas é pouco, diz a Doutora Janaína Paschoal, em artigo escrito para o Poder360.
Registro, em nome da verdade, que ela repudia o “deixe que eles se matem” defendido por alguns de seus companheiro de impeachment.

Mas também que diz que “a esquerda” se aproveita para defender a “legalização do comércio de drogas”, a qual, no melhor estilo Yves Gandra, ao comércio ilegal de órgão humanos.

Janaína, um destes personagens que resolveu, pelo marketing, baixar ao grau da caricatura o seu raciocínio jurídico, lança a campanha “Cadeia para Todos”, defendendo o encarceramento amplo, geral e irrestrito para todos aqueles que, na sua visão “merecem”:

Algumas das providências recentemente anunciadas são relevantes; porém, preocupa o discurso de que o cárcere deve ser guardado para criminosos violentos. Esse discurso é muito conveniente para este raro momento histórico em que pessoas poderosas começam a ser responsabilizadas pelo crime organizado em torno do desvio de dinheiro público. Mesmo no que tange à chamada criminalidade de massa, não se pode deixar de considerar que a receptação profissional é a grande culpada por furtos, roubos e latrocínios, sendo, ainda que indiretamente, violenta.
 
Os especialistas têm alardeado que é preciso prender menos. Discordo. Seguidos os trâmites legais, parece ser mais coerente pedir Cadeia para Todos! Cadeia para todos que merecem, começando de cima para baixo, pois a punição dos poderosos tem maior efeito dissuasório que todas as outras medidas preventivas juntas.
 
Ao lado de prevenção primária, investimento nos presídios e garantia de Cadeia para Todos (que merecem), faz-se urgente uma aberta discussão relativa aos parâmetros para um bom exercício da função pública.
 
O grau de criminalidade que alcançamos é tal, que comportamentos antiéticos são vistos como naturais. Mas entre o crime e o nada, existe um leque de situações indesejáveis, toleradas em virtude do ambiente permissivo que impera.

Haveria muito a falar, mas cabe finalizar reiterando a convicção de que o país atravessa um processo de depuração sem precedentes. Esse processo exige mudança de mentalidade e essa mudança somente se conquista às claras. É dolorido, mas necessário.

Desde que Machado de Assis imaginou o seu Simão Bacamarte, de O Alienista, e seu Hospício Para Todos! não se encontrava uma visão tão original do problema da segregação de pessoas.

Ou de tanta insanidade.

Ainda bem que Michel Temer não é homem que prime pela gratidão, senão arriscava ser a nova ministra do STF.
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