Notícias falsas sobre a Lava Jato repercutem mais que verdadeiras


Do Conjur -

Notícias falsas sobre a operação “lava jato” causam maior repercussão dos que as verdadeiras. A constatação foi feita pelo site BuzzFeed, que mediu o engajamento gerado no Facebook por textos verdadeiros ou não sobre a investigação na Petrobras. As interações com as dez notícias falsas mais comentadas chegam a quase 4 milhões, contra 2,7 milhões com o ranking das verdadeiras.

As mentiras estão democraticamente distribuídas para a direita e a esquerda. Há factoides que incriminam o ministro das Relações Exteriores José Serra (PSDB) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), mentiras sobre um latifúndio da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e uma doença que afligiria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A reportagem que gerou o maior burburinho está no time das exatidões: “Por 10 votos a 0, STF decide aceitar denúncia, e Eduardo Cunha vira réu”, do portal G1, com mais de 1 milhão de interações. Porém, em segundo lugar está um texto que afirma que Bolsonaro foi citado na “lava jato”, publicado pelo site A Folha Brasil, que copia o design do jornal Folha de S.Paulo e se destina apenas a publicar mentiras.

Em seguida, apenas mais falsidades formam os textos mais comentados: "Médico do PT diz que Lula está com amnésia e não vai poder depor nunca mais" (Joselito Muller), "Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro entregam Aécio sem pena na delação" (Click Política), "Polícia descobre fazenda gigante de Dilma no Mato Grosso" (Brasil Verde-Amarelo) e "Odebrecht afirma que José Serra é líder de quadrilha internacional" (Click Política).

Ajuda para Trump?

O levantamento no Brasil veio após a versão norte-americana do BuzzFeed analisar dados do Facebook e mostrar que, nos últimos três meses antes da eleição americana, os 20 principais links com informações falsas tiveram mais compartilhamentos, reações e comentários que os 20 maiores conteúdos jornalísticos do período.

O diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, rejeitou as críticas de que a promoção de notícias falsas e pró-Trump na rede social podem ter afetado o resultado da eleição presidencial nos EUA. “Acho que a ideia de que notícias falsas no Facebook — que são apenas uma pequena fração do conteúdo da plataforma — influenciaram de qualquer maneira as eleições é algo insano”, afirmou.
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