Jogo virtual da Nintendo, febre entre jovens e adolescentes, está para ser lançado no Brasil
O que poderia se limitar apenas a
um novo jogo divertido que pode ser baixado no aparelho celular vem se
transformando em problema público. O Pokémon Go, jogo virtual
desenvolvido pela Nintendo com previsão de lançamento neste domingo (31)
aqui no Brasil, virou uma febre entre jovens e adolescentes. Para
brincar o usuário tem que capturar os personagens pokémons, os mesmos do
desenho animado dos anos 1990.
A captura dos animais mistura o ambiente real com o virtual, ou
seja, enquanto o jogador caminha os pokemons vão surgindo na sua tela de
celular. Por isso, nos países onde o jogo já estreitou, é comum ver
grupos de jovens andando no meio da rua, em shoppings centers e outros
locais abertos com o aparelho telefônico nas mãos.
O problema é que a falta de atenção no mundo real está aumentando o
número de assaltos, furtos de celulares e atropelamentos. Nos Estados
Unidos até um caso de tentativa de estupro foi registrado. A relação
direta entre o crescimento de crimes e o uso do aplicativo levou a
polícia local a alertar a população a tomar cuidado enquanto joga o
Pokémon Go.
Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil
Assaltos, furtos, atropelamentos, tiroteio e até um caso de
tentativa de estupro são alguns dos crimes reportados nos Estados Unidos
contra jogadores do Pokémon Go – jogo virtual da empresa japonesa
Nintendo para smartphones que deve ser lançado hoje (31) no Brasil.
Desde que foi disponibilizado no mercado norte-americano, o jogo virou
uma febre para jovens e adolescentes, e passou a ser um motivo de
preocupação para pais e autoridades.
A polícia de vários estados do país tem alertado a população sobre
os cuidados que se deve ter ao utilizar o aplicativo. No Pokémon Go, os
jogadores usam os celulares para “procurar” os personagens pokémons, os
mesmos da série animada dos anos de 1990.
O objetivo do jogo é capturar todos os animais. O aplicativo
mistura o mundo virtual com o real. Isso porque o jogador tem perfil
dentro do jogo e caminha no mundo real como se estivesse dentro do
aplicativo.
Nos Estados Unidos, é comum ver nos parques das grandes cidades e
shopping centers grupos de jovens andando no meio da rua enquanto olham
para o celular, jogando com conhecidos e também com desconhecidos.
A Agência Brasil visitou um shopping no norte de Atlanta, Geórgia, e
encontrou vários adolescentes jogando em grupo. Peter Thompson, 16
anos, aproveitou o dia para jogar com os amigos, enquanto os pais faziam
compras.
“Eu adoro jogar com meus amigos e é mesmo viciante, porque a gente
sai andando e nem se dá conta. Parece que a gente entra no jogo”,
contou.
Aproveitando a febre, estabelecimentos comerciais oferecem ofertas
para jogadores. O cartaz em uma lanchonete convida os usuários para
jogar no local, receber dicas de treinamento e ganhar 15% desconto no
menu do dia.
Segurança
Quanto mais se joga, mais exposto ao perigo. Isso porque os dados
do usuário são compartilhados. Enquanto está de olho no celular, o
jogador caminha pelas ruas de verdade e as informações são
compartilhadas por meio de geolocalizadores (Google Maps).
Qualquer jogador pode localizar outra pessoa que esteja jogando nas
proximidades. Por causa disso, foram registrados casos em que
desconhecidos atraíram jogadores com pistas falsas de pokémons para que
pudessem roubá-los.
O Departamento de Polícia de Irving, no Texas, criou um vídeo para
tentar conscientizar os jogadores sobre o perigo de dirigir enquanto usa
o aplicativo, assim como andar na rua desatento, sob o risco de
atropelamentos e assaltos, além de outras situações de risco.
Além de alertas policiais, entidades que defendem direitos das
crianças e adolescentes trabalham para orientar os pais e educadores nos
países em que o jogo já está disponível: Austrália, Japão, Nova
Zelândia e Reino Unido, além dos Estados Unidos.
A NSCC – organização não governamental (ONG) do Reino Unido que
trabalha com prevenção de crimes, de violência e abuso contra a infância
– lançou na internet um guia (disponível em inglês) com dicas para que
pais possam ajudar os filhos e protegê-los quando usarem o aplicativo.
No guia, a ONG recomenda que os usuários do Pokémon Go joguem
somente em locais conhecidos e com amigos em grupo, nunca em lugares
desconhecidos e tarde da noite, por exemplo.
No caso de filhos pequenos, a orientação é que os pais permaneçam
ao lado deles. A ONG também recomenda que o aplicativo seja usado em
parques e não em ruas movimentadas, por exemplo, para evitar exposição
aos riscos de acidentes de trânsito.
Lucro da Nintendo
Desde o lançamento do jogo, as ações da Nintendo aumentaram mais de
25%. O valor de mercado da companhia subiu de US$ 7 milhões para US$
500 milhões.
Nos Estados Unidos, alguns escritórios de advocacia já começam a
estudar como podem demandar a empresa em casos de problemas causados aos
jogadores.
Um ponto polêmico por exemplo é o fato de o aplicativo ter acesso a
todos os dados de localização dos jogadores. A Nintendo já se
pronunciou e disse que vai estudar medidas de segurança. Entretanto, o
aplicativo usa as informações do usuário disponíveis em outras bases de
dados como o Google.
Edição: Juliana Andrade
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