Fui agredido na manifestação em Copacabana




Fui agredido na manifestação em Copacabana, quando tirava a foto de uma vendedora de cerveja. O que me chamou a atenção para a foto foi o contraste da cor de pele da vendedora com a de todos os manifestantes que apareciam na imagem.

Um homem com a camisa polo oficial da CBF me empurrou e mandou eu ir embora dali. Obedeci, já que louco desse tipo pode ser perigoso, ainda mais em bando.

Pensei em pedir ajuda à polícia, já que hoje ela parecia tão amigável e cheia de sorrisos para o público. Achei melhor não, ao lembrar do homem que dançava de vermelho, foi agredido por manifestantes e levado por policiais.
Não queria ser levado por policiais, queria ver aquilo.

“ Aquilo” devido a minha incapacidade de definir em uma palavra o que foi aquilo. Há quem chame de protestos contra a corrupção, mas eu prefiro micareta, visto a quantidade de corruptos que subiram nos trios elétricos ao som de marchinhas.

É a quinta manifestação desse tipo que eu vou como repórter, e essa realmente parecia ter um pouco mais de gente do que as do ano passado. Mais do mesmo.
Mais uma vez, majoritariamente famílias, formadas por avós, pais, crianças e poodles vestidos com as cores da bandeira nacional. No Rio de Janeiro, arriscaria dizer que entre 95% e 99% de famílias brancas e poodles, com margem de erro inferior a do Instituto Paraná.

Não são protestos da juventude, de pobres, negros, da diversidade ou pelo futuro. São fantasmas do passado, exatamente como previu o movimento dialético proposto por Engels, segundo o MP de São Paulo.

A síntese de 1964 e de um governo de esquerda que conseguiu se manter por doze anos no poder, mas não foi capaz de modificar o sistema ou educar promotores.

Que pode olhar para os pobres como nenhum outro, tirar milhões do mapa da fome, mas não foi capaz de regulamentar a mídia, de fazer uma reforma tributária justa, avançar em direitos humanos ou acabar com a corrupção.

Em suma, não foi capaz de realizar a antítese completa da dialética, tendo como base a chegada dos europeus ou seus herdeiros manifestantes.

Bolsonaros, Felicianos, Aécios, Cunhas… são milhões contra Dilma, ainda que não o suficiente para vencer nas urnas.

Milhões que parecem chegar esse domingo ao limite, já que não é possível a mídia hegemônica apoiar mais do que apoiou essas manifestações. O impeachment dependia disso, repetiram ad náusea, enquanto convocavam os manifestantes.

De fato, o impeachment não depende da comprovação de crimes, tampouco da vontade popular. Depende antes de que um número suficiente de deputados e senadores dispostos a jogar no lixo a democracia, com o apoio de tudo o que há de pior no Brasil e esteve nas ruas mais uma vez.
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5 comentários:

taelesym disse...

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Anônimo disse...

continua assim... chamando todo mundo contra o PT de nazi-fascista como se fosse verdade. Depois perdem o apoio da maioria e não entendem o pq...
Preguiça de pensar pouca é bobagem (o que aliás é praxe entre marxistas).

Anônimo disse...

Olhando os comentários, nenhum rebatendo argumentativamente, todos refutando debochadamente. A pseudo verdade é um perigo, o discurso idiótico se torna veneno em uma sociedade que adora "ter sua posição" sobre tudo mas refletir sobre nada. Assustador como o "antipetismo" se tornou uma raiva corrosiva, que teria sido mais útil em outros tempos, mas que dava cadeia ou morte social.

Anônimo disse...

o q vc esquece seu PTralha tendencioso é q muitos q desaprovam o governo Dilma também votaram nela na eleição passada, eu mesmo votei nela mas agora desaprovo o governo da mesma, se eu(o povo) botei ela no poder por que eu também não posso tira-la? vc é só um doutrinado, qualquer um q conheça a história do país sabe as babaquices q vc esta querendo insinuar

ferludwig disse...

É inaudito como a esquerda tenta formar uma cortina de fumaça frente à crise política e econômica que foi despertada pelo próprio governo, culpam a Veja, A Folha, a Globo, a Rachel Shereazade, o Paulo Martins, o Olavo de Carvalho, as "zelites", a PF, a Justiça Federal o Ministério Público, o FHC, o Aécio, o Alckmin, mas nunca é culpa deles e de seus "cumpanheiro". Esse pensamento utópico de quem ocupou as ruas é quem não aguenta ver o pobre andar de avião já está defasado e é cretinamente leviano. Então vamos começar a assumir que a cúpula executiva do nosso país (PT, PMDB, PSDB, PP, dentre outros) tem de começar a ver o sol nascer quadrado para dar exemplo aos futuros administradores públicos.