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Neandertais eram bem mais evoluídos do que se imagina |
Análises de DNA dos neandertais, comparadas com as do homem moderno, revelaram também que genes causadores de diversas doenças hoje comuns foram resultados da reprodução interespécie.
Úlceras
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O herpes genital teria sido uma das doenças transmitidas pelo Homo Sapiens |
Isso sugere que lidar com patogênicos era algo importante na vida durante a Idade da Pedra, quando as duas espécies se encontraram. Os pesquisadores também estudaram as árvores genealógicas de diversos patogênicos para estabelecer quando elas infectaram humanos modernos pela primeira vez.
Muitas teriam originado em animais e foram transmitidas para humanos nos últimos oito mil anos, após o advento da agricultura. Mas agora está claro que um número de doenças já afetava os humanos milhares de anos antes disso. Isso significa que teriam sido carregadas pelos humanos modernos vindos da África, quando encontraram os neandertais. E a miscigenação fez com que doenças fossem passadas para as duas espécies.
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Cérebro dos neandertais era praticamente do mesmo tamanho que o do homem contemporâneo |
Hoje em dia não é comum uma pessoa morrer dessas doenças arcaicas - elas têm um impacto pequeno na nossa saúde. Mas, os neandertais já estavam enfrentando outros problemas quando essas doenças chegaram até eles.
Evidências genéticas sugerem que a população da espécie já era baixa por volta de 50 mil anos atrás. A adição de patogênicos teria colocado pressão extra na capacidade de caça e busca de alimento dos grupos de neandertais, normalmente formados por 15 a 30 indivíduos. Se algum dos grupos tivesse desaparecido, isso teria sido devastador para a população neandertal como um todo.
O influxo de doenças pode ser a peça que falta para resolver o mistério da extinção dos neandertais, que sumiram do mapa enquanto nossa espécie florescia. "Não creio que algum dia vamos encontrar uma só teoria para explicar o que matou os neandertais, mas há evidência crescente de que muita coisa aconteceu em um período de poucos milhares de anos, o que foi cumulativamente matando a espécie", explica Houldcroft.
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Baixa diversidade genética poderia explicar maior fragilidade diante de doenças |
Mudanças climáticas também podem ter sido um fator, por conta de redução das florestas em que viviam os neandertais, resultando em menos comida.
O genoma do neandertal não mostra traços de doenças modernas, mas poderemos em breve inferir sua presença analisando sinais de genes variantes conhecidos pela resistência a patogênicos disseminados pelas populações neandertais.
"Temos um registro da seleção natural ao analisarmos que genes estão presentes e quais estão ausentes", explica Underdown. "Conseguimos reconstituir os desafios enfrentados por nossos ancestrais 40 mil anos atrás, usando os registros genéticos para reconstituir sua vida cotidiana.
Um novo estudo especula que os neandertais tiveram mais problemas diante de doenças que não pareceram afetar tanto o Homo sapiens. Essa análise mais recente mostra que neandertais tinham baixa diversidade genética em muitos genes responsáveis pela resistência imunológica.
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Neandertais sabiam fazer ferramentas de pedra |
George Perry, da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), é coautor do estudo e explica como sua análise ressalta o papel da transmissão de doenças em nossa evolução.
"Quando populações viveram separadas por algum tempo, suas doenças também evoluíram de forma separada" , diz Perry. "Sendo assim, quando duas populações se juntam e trocam essas doenças, pode haver efeitos em uma ou ambas populações.
Infelizmente para os neandertais, o Homo Sapiens, tinha uma melhor caixa de ferramentas genética para lidar com as doenças.
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