Por Henrique Augusto, Revista Bula -
Há quem diga que é moda, há quem diga que elas vieram para ficar. A
verdade é que o mercado de cervejas artesanais no Brasil cresceu muito,
no contra–fluxo de uma crise econômica e política que se instaurou no
país. Um reflexo de que as pessoas estão procurando mais qualidade,
quando se trata de um produto que é uma paixão nacional.
Segundo dados do Sebrae, o Brasil é o terceiro maior mercado de cervejas do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O mercado artesanal, mesmo em franco crescimento, ainda possui uma fatia de apenas 1% do mercado brasileiro. A lista foi organizada por ordem de graduação alcoólica.
Segundo dados do Sebrae, o Brasil é o terceiro maior mercado de cervejas do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O mercado artesanal, mesmo em franco crescimento, ainda possui uma fatia de apenas 1% do mercado brasileiro. A lista foi organizada por ordem de graduação alcoólica.
Região: Porto Alegre/RS
Estilo: Berliner WeisseÁlcool: 3,4%
As berliners são cervejas de trigo conhecidas pela sua acidez, provenientes da adição de lactobacilos na cerveja, que produzem o ácido lático. Esse exemplar prima pela leve acidez, baixo teor alcoólico e um cítrico agradável, que vem da adição do lúpulo japonês Sorachi Ace e raspas generosas de limão siciliano. O mestre cervejeiro da Perro Libre, Thiago Galbeno, tem apenas 23 anos e já é um dos destaques do meio cervejeiro nacional.
As berliners são cervejas de trigo conhecidas pela sua acidez, provenientes da adição de lactobacilos na cerveja, que produzem o ácido lático. Esse exemplar prima pela leve acidez, baixo teor alcoólico e um cítrico agradável, que vem da adição do lúpulo japonês Sorachi Ace e raspas generosas de limão siciliano. O mestre cervejeiro da Perro Libre, Thiago Galbeno, tem apenas 23 anos e já é um dos destaques do meio cervejeiro nacional.
Região: Curitiba/PR
Estilo: GoseÁlcool: 4,8%
Gose é um estilo alemão quase extinto, que utiliza água salobra em sua
composição — o que a torna levemente salgada. A CDB é uma cerveja muito
refrescante, ácida e salgada. Seu nome é inspirado em um drink que se
chama “Cu de Burro”, que leva pinga, sal e limão. Diferente do drink, a
CDB tem baixo teor alcoólico e vale a experiência.
Região: Goiânia/GO
Estilo: WitbierÁlcool: 4,9%
Esta é a primeira receita da cervejaria cigana Lola, mas que ganhou
rapidamente o gosto dos adoradores do estilo. Uma cerveja extrema, que
leva o estilo ao limite, quando se trata de amargor. Ela leva uma carga
de três tipos de casca de laranja, além de semente de coentro
marroquino. Uma explosão de aroma e sabor, que fica na boca e briga
constantemente com o amargor. Uma daquelas que ganham o selo “all day
beer”.
JBeer — De Bull
Região: Dobrada/SP
Estilo: American India Pale AleÁlcool: 6,5%
O estilo é o queridinho do momento, e por isso várias cervejarias têm
lançado inúmeros rótulos. A novidade aqui é que algumas cervejarias têm
investido em latas para envasar suas cervejas, tentando quebrar um
preconceito (brasileiro) de que a lata é prejudicial para o produto.
Ledo engano. Para as IPAs, a lata conserva muito mais o sabor dos
lúpulos, pois evita sua oxidação. A De Bull é aromática, remetendo a
lúpulos cítricos americanos, com aroma de frutas amarelas. Amarga e
deliciosa.
Tupiniquim/Evil Twin — Lost in Translation IPA Brett
Região: Porto Algre/RS — Brooklin/NY
Cerveja colaborativa entre a brasileira Tupiniquim e a cervejaria
americana cigana Evil Twin. Esta cerveja mistura o que há de melhor em
uma India Pale Ale, com notas ácidas de uma Sour. A acidez é proveniente
de uma refermentação com leveduras selvagens, as Brettanomyces, que
cada vez mais tem ganhado espaço por seu caráter “funky”. Leve, ácida e
amarga. Não se assuste, é cerveja para se beber o dia todo debaixo do
sol.
Região: Curitiba/PR
Estilo: Saison/Fruit BeerÁlcool: 7%
O estilo franco–belga se destaca pela simplicidade. Mas não se iluda:
existem exemplares extremamente alcoólicos e complexos. Neste caso, a
cervejaria curitibana — encabeçada pelo seu mestre cervejeiro Samuel
Cavalcanti — adiciona damasco fresco na receita. Aromática e deliciosa,
essa cerveja é produzida somente uma vez por ano. Portanto, se por acaso
deparar-se com alguma por aí, não perca seu tempo e a deguste. Na nossa
degustação, mesmo depois de uma hora de ter esvaziado o copo, ele ainda
tinha aroma de damasco.
Região: São Paulo/SP
Estilo: Imperial/Double India Pale AleÁlcool: 8,3%
A Dogma é uma cervejaria cigana que tem em sua carta uma série de IPAs.
Mas, de todas, essa é a melhor, sem sombra de dúvida. Diferentemente de
algumas Double IPAs nacionais, que exageram no malte e acabam ficando
desequilibradas, a Rizoma é seca e o lúpulo é, com certeza, o
protagonista. Lembra um ícone do estilo, a californiana Plinny the
Elder, da Russian River. Para os fãs do estilo, uma parada obrigatória.
Região: Campos do Jordão/SP
Estilo: English Barley WineÁlcool: 9,2%
Muitos podem criticar a Baden Baden por estar na lista, devido ao fato
de ter sido comprada pela Brasil Kirin, grande conglomerado cervejeiro.
Verdade seja dita, isso não diminuiu a qualidade desta cerveja. Vendida
como uma Imperial Irish Red Ale, ela mais se assemelha a um Barley Wine
inglês devido ao seu corpo, carga extrema de malte e alto teor
alcoólico. A lenda diz que ela foi um erro de produção.
Estilo: American Barley WineÁlcool: 10%
Esta cerveja é a ganhadora do mais recente concurso de cervejeiros
caseiros da Bierland. Diferentemente dos exemplares ingleses, este é um
Barley Wine que leva lúpulos americanos, que adiciona um leve sabor
cítrico, equilibrado com uma altíssima carga de maltes caramelo, que
remetem ao sabor de toffee e castanhas. Em tradução livre, Barley Wine é
vinho de cevada. Que tal um dedinho de Prosa para esquentar?
DUM — Petroleum
Região: Curitiba/PR
Estilo: Russian Imperial Stout Álcool: 12%
A DUM é mais uma cervejaria cigana que se destaca em nossa lista, pois
se especializou no que chamamos de “cervejas extremas”. Todas as
cervejas dela são “fora de estilo”, e a Petroleum não é exceção. Uma
cerveja que é quase um licor, com sabores equilibrados de café,
chocolate, tabaco e uma cremosidade deliciosa proveniente da adição de
aveia em flocos na receita. É um dos mais difíceis estilos de serem
produzidos. Devido à alta graduação alcoólica, a levedura tende a
“morrer” embebida no álcool, e a cerveja acaba não atenuando e ficando
doce demais.
Henrique Augusto é jornalista, cervejeiro caseiro e sommelier de cervejas pelo Science of Beer Institute.
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