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Justin Bieber, Ivete Sangalo e Kim Kataguri despertam reações inflamadas nas redes sociais |
Um dia, um aluno perguntou: "Por que você ainda compra isso? É caro, suja as mãos e degrada o meio ambiente".
O professor respondeu com simplicidade: "Para ler as notícias". E o aluno: "Quando a notícia é importante, ela chega até a mim" - e mostrou o smartphone para ele.
O problema é combinar com os algorítmos das redes sociais o que é de fato uma notícia importante. Nas últimas semanas, soube, por exemplo, que Ivete Sangalo teve uma crise de ciúmes do marido em público. E que Justin Bieber está namorando a neta do compositor brasileiro Eumir Deodato.
Eu não busquei essas informações. Mas elas vieram até a mim. Como? Graças a meus amigos na internet e a um fenômeno que não ousa dizer seu nome.
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Bronca da cantora baiana em seu marido foi muito comentada dentro e fora da internet |
A crise conjugal de Ivete ou o novo affair de Bieber não estão exatamente no topo em uma escala de relevância. Mas apareceram repetidamente na minha timeline.
Compartilhar é quase irresistível: em geral, são notícias que se encerram nos próprios títulos. Não precisa nem clicar nelas para saber do que se trata. É só passar adiante, pingando uma opinião em cima.
Meus amigos virtuais concordam. Volta e meia, porém, postam informações assim, com piadas, julgamentos morais e até mesmo críticas a quem compartilha essas histórias acriticamente. Eis o paradoxo: qualquer que seja a intenção, ela só aumenta o alcance dessas publicações.
Mesmo que a vontade seja contestar esses fatos público-privados ("Ivete expôs a relação de forma vulgar", "o Deodato deveria deserdar a neta!", "Homem nenhum presta, Ivete tá certa", e a onipresente "E desde quando isso é notícia?"), no fundo o compartilhamento "crítico" não auxilia muito na reflexão. Funciona mais como propaganda involuntária.
Foi assim que descobri que Kim Kataguiri, o jovem de 21 anos que é hoje um dos expoentes da direita brasileira, ganhou uma coluna semanal num grande jornal de São Paulo.
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