Por
que diante do precipício ao mesmo tempo em que temos medo, também
sentimos o impulso de saltar para o fundo do abismo? Em 1844 o
filósofo S∅ren Kierkeegard disse que isso deriva da ansiedade da
descoberta de
sermos livres para saltar ou não saltar. E sempre temos medo daquilo que
mais
desejamos. “Passageiros” (Passengers, 2016) retoma essas ideias do
filósofo
dinamarquês, inclusive com a referencia do abismo: só, no espaço
sideral,
diante do vazio do Universo, o homem teme por descobrir que é livre,
como se
retornasse ao mito do Paraíso, antes de Adão e Eva terem descoberto a
árvore do
conhecimento. “Passageiros” é mais uma amostra da recente guinada
metafísica de
Hollywood sob camadas de entretenimento e efeitos digitais. Assim como a
animação “WALL-E” (2008), também faz uma releitura gnóstica do Gênesis
bíblico:
como o homem, prisioneiro numa gigantesca espaçonave-resort que ruma
para a
destruição, pode conquistar a liberdade e autoconhecimento.
Passageiros (2016) é um ótimo exemplo sobre a guinada
metafísica dos filmes hollywoodianos: o mix de mitologias e simbolismos filosóficos.
Mais precisamente, sobre como, sob a superfície de entretenimento com muito
efeitos digitais, os filmes comerciais desfiam sérios conceitos filosóficos
tendo com fio condutor a mitologia gnóstica.
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