Depois de prometer erradicar o comércio e o uso da maconha como parte de um Plano Nacional de Segurança, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, vai na contramão da política antidrogas na maior parte do mundo, que tem avançado em debates pela descriminalização e legalização da maconha como alternativa à "guerra às drogas"; enquanto isso, os estados americanos Califórnia, Massachusetts e Nevada legalizaram o uso recreativo da cannabis, e Flórida, Montana, Dakota do Norte e Arkansas legalizaram o seu uso medicinal; o ministro também faz um contraponto ao que pensa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; inclusive, no documentário "Quebrando o Tabu", FHC, assim como o médico Drauzio Varella, defende a descriminalização das drogas; assista
Brasil 247 -
Com a proposta de erradicar o comércio e uso de maconha no país como parte do Plano Nacional de Segurança, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, vai na contramão da política antidrogas na maior parte do mundo, que tem avançado em debates pela descriminalização e legalização da maconha frente a opção da "guerra às drogas".
A proposta também faz um contraponto ao que defende o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o principal nome do PSDB, mesmo partido de Moraes. Inclusive, FHC participou do documentário "Quebrando o Tabu", em que defende a descriminalização das drogas. A peça também conta com a participação do médico Drauzio Varella (veja no pé da matéria).
O ministro pretende focar principalmente nas plantações em território do Paraguai, considerado um dos principais exportadores do entorpecente no continente. Ele também cogita realizar parcerias para combater laboratórios da droga na Bolívia e no Peru.
Para Julita Lemgruber, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes e ex-diretora-geral do sistema penitenciário do Estado do Rio, a proposta, "é absolutamente irreal, de uma onipotência, querer reduzir drasticamente a circulação de maconha na América do Sul, como ele falou".
"É grave ele achar que vai ter esse poder. O plano Colômbia fez com que os Estados Unidos injetassem bilhões de dólares contra as plantações de coca e isso não foi suficiente", disse ela, que participou do encontro no gabinete da presidência em São Paulo, localizado na Avenida Paulista. "Comecei a trabalhar na área da segurança nos anos 1980. Estou nessa há 30 anos, me sentei com vários ministros e ouvi vários planos, mas esse é o pior", completou Julita. A entrevista foi concedida à Agência Estado.
A especialista afirmou que o plano se estende por outros três eixos (combate à violência doméstica, redução de homicídios e modernização do sistema penitenciário) e peca por ser "megalomaníaco", com ideias que "custariam um orçamento que ele não tem". O plano aborda quatro eixos de prevenção: aproximação entre polícia e sociedade - com aperfeiçoamento dos conselhos comunitários de segurança -, inserção e proteção social (focado na redução da violência doméstica), capacitação para agentes de segurança, para reduzir a letalidade policial, e cursos profissionalizantes de arquivistas.
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