Por Jornal GGN -
O ministro da Justiça, Eugênio
Aragão, decidiu liberar toda a verba prevista para o ano no Orçamento da
União para a Polícia Federal. Sem mencionar diretamente a possibilidade
de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, com a entrada de um
governo que possa blindar investigações da PF, a justificativa dada por
Aragão foi "evitar" que a instituição "fique à mercê de eventuais
chantagens políticas" e para que a PF trabalhe com "tranquilidade".
A estratégia de Aragão vai além. Ele determinou que o repasse do
montante de R$ 160 milhões ocorra até o dia 11 de maio, data prevista
para a votação da aprovação do processo de impeachment pela Comissão do
Senado.
"Nós estamos garantindo todos os recursos da Polícia Federal para
até o final do ano lhe sejam já repassados antes do dia 11 de maio.
Todos os recursos serão repassados. O que significa? Que a Polícia
Federal não ficará a mercê de eventuais chantagens políticas. A PF
simplesmente fará o que tiver que fazer porque nós daremos todos os
meios para isso", disse o ministro.
Eugênio Aragão mostrou-se preocupado com "riscos" à autonomia e
liberdade da Polícia Federal, garantida nos últimos anos, para realizar
operações e investigações. Nesta terça (26), Aragão já havia antecipado
que a PF não precisará da classe política para trabalhar.
"Diante dos riscos de que isso [cenário de autonomia da
instituição] possa se reverter, o governo tomou uma medida muito clara.
Vai liberar os recursos para a Polícia Federal poder trabalhar com
tranquilidade, sem pressão política. Isso é o mais importante para que
cheguemos a um bom resultado na fixação das responsabilidades daqueles
que têm se apropriado ou desviado de recursos públicos", determinou.
A declaração do ministro ocorreu após a cerimônia de instalação do
Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI). Com a iniciativa, a
Polícia Federal poderá ter em mãos o montante previsto para um ano e
poderá planejar as ações, antes mesmo da votação do impeachment.
Independentemente se julgada por crime de responsabilidade, se
aceito o processo, a votação da Comissão do Senado prevista para o dia
11 de maio poderá resultar no afastamento da presidente Dilma Rousseff
por até 180 dias, ou seja, seis meses.
Eugênio Aragão adiantou que outros temas também estão sendo
agilizados, como as campanhas salariais das polícias Federal e
Rodoviária Federal. "Queremos em até 15 dias concluir todas as
negociações das campanhas salariais dos policiais federais e rodoviários
federais com o Ministério do Planejamento", afirmou.
0 comentários:
Postar um comentário