Por Fernando Brito, Tijolaço -
Os sinais de que “o piloto sumiu” – enquanto a crise nos aperta o cinto – estão mais do que evidentes.
A coluna de Vinicius Torres Freire, na Folha de hoje, é retrato disso e dela reproduzo um trecho:
Está um sururu na elite.
Empresários, economistas de proa e
até banqueiros desesperam-se com uma recessão ainda pior do que
imaginavam. As elites do Estado avacalham ou desmoralizam as
instituições.
No universo que discute economia,
passa-se a pedir “medidas” de modo meio atabalhoado, há grita contra os
juros até entre insuspeitos de sempre do “mercado” e até mesmo cogita-se
de aumentar impostos.
Curioso, para dizer a coisa de modo
diplomático, é que esperassem desempenho melhor. O horror é grande, mas
ainda parecido com o que era razoável esperar, dado o tamanho da
desgraça e do plano aceito para atenuá-la. Onde estava todo mundo com a
cabeça?
Ao depor Dilma, com nada além de alegações fabricadas, arrombaram a mais sagrada porta da democracia: o respeito ao voto popular.
Agora, o buraco negro da crise vai sugando tudo, política e economicamente. Perdido o peso da legitimidade, não há nada que não seja levado de roldão.
É tão incrível a sucessão de fatos, tão aguda a maneira em com que desqualificam a todos (e que todos se desqualificam, a si próprios), tão escancarada a ambição de tomar o poder, diante de um presidente tosco e fraco que, francamente, não é possível prever o que se passará com o Brasil.
Fizeram um sururu, as elites. Como sairão dele é algo que o lombo do povo sentirá.
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