Parece que a nova moda na Folha é defender Marcela batendo em Marisa
Por Sergio Saraiva, GGN -
De uma jornalista da Folha, dizendo-se não representada por Marcela, pero no mucho:
“Espanta nessa ode à defesa dos direitos conquistados que a mesma
mão que bate em Marcela não bate em Marisa, tal qual primeira-dama
decorativa, mergulhada até o nariz numa mistura mal-ajambrada de botox e
preenchimento facial, mulher de político, que vive numa gaiola dourada
e, tal qual Marcela, somente isso”.
De Elio Gaspari na mesma Folha:
“…o idioma tem uma dívida com Marcela Temer. Desde que ela
chegou ao pedaço, pararam de chamar a mulher do presidente da República
de “Dona”. Michelle Obama é Michelle, mas a mulher de Lula era “dona
Marisa Leticia”.
Ainda que assunto totalmente irrelevante é interessante notar-se como o discurso preconceituoso sempre encontra como se impor.
A esposa de FHC era chamada de “Dona Ruth”, creio que Gaspari se
refere assim a ela. Antes dela, a esposa de Tancredo Neves, avó de Aécio
Neves, colunista da Folha, foi chamada de “Dona Risoleta”. Já a esposa
de Collor era Rosane, tão somente. Não me lembro do uso do pronome de
tratamento “dona” aplicado a ela.
Rosane e Marcela, ambas tão jovens como primeiras-damas que não sei sequer se o uso de “dona” seria adequado ou mesmo elegante.
Quanto à jornalista, confunde mulheres de gerações e classes sociais
tão distintas que qualquer comparação se torna totalmente inapropriada.
Seriam mãe e filha. Marcela com 33 anos e Marisa com 66.
Mas não apenas uma questão geracional as separa.
Uma é uma menina que tinha como experiência de vida a condição de
miss interiorana quando se apaixonou por um senhor aposentado da alta
burocracia estatal, com idade para ser seu pai temporão ou avô. Só quem
não conhece os versos de Zé Ramalho em “Mistérios da Meia-Noite” veria
como improvável tal amor. Mas, que por qualquer modo, difere totalmente
do amor que uniu uma operária viúva de um taxista assassinado em um
assalto, mãe de um filho pequeno a um operário e sindicalista também
viúvo cuja esposa havia morrido grávida por falta da devida assistência
médica.
Histórias de vida que não se comparam pelo fato de ambas terem
chegado a primeiras-damas de seu país. Dona Marisa pelo advento de Lula,
eleito e reeleito democraticamente.
Poderia aqui tentar comparar a jovem mulher, Marcela Temer, a Ana Julia Ribeiro,
a menina de 16 anos que se tornou o rosto da oposição às medidas de
governo do marido de Marcela. Em idade, Marcela e Ana Julia estão mais
próximas entre si que Marcela e Marisa.
Poderia, mas não vejo como. Talvez Ana Julia esteja realmente mais próxima é de Dona Ruth.
PS1: este Oficial de Plantão, por machista que é, não compara mulheres umas as outras, apenas as ama.
PS2: ainda sobre amores presidenciais e suas consequências, a Folha relativiza a legitimidade de Renan Calheiros em conduzir a “apreciação
de gestões legislativas com vistas a coibir eventuais abusos de poder
por parte de magistrados, policiais e integrantes do Ministério
Público”.
[Renan] “É, além disso, parte em uma denúncia prestes a
ser apreciada pelo plenário do STF, relativa a acontecimentos anteriores
aos escândalos da Petrobras. O peemedebista é acusado de valer-se de
dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão a uma filha que
teve fora do casamento. A depender do veredito, Renan se tornará réu na
ação penal”.
Alguém poderia me explicar em que a história dos amores
extraconjugais de Renan e suas consequências diferem da história dos
amores extraconjugais de FHC e por que, por elas, um vai a julgamento e
outro não?Parece que a nova moda na Folha é defender Marcela batendo em
Marisa.
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