Por Wanderley Guilherme dos Santos, Segunda Opinião -
Há quem resvale à beira do ridículo, ou
do adesismo, angustiado com o inexistente dilema de apoiar o governo
Temer contra o que seria um golpe ainda mais reacionário do PSDB, de
Aécio Neves e de Fernando Henrique Cardoso. Estava demorando aparecer o
pretexto para a velha cantilena de ser preciso combater a reação por
dentro. Em geral, o combate se dá por dentro de bons hotéis, bons
empregos e bons salários.
Trapaça entre PMDB, PSDB e assemelhados
é assunto de estrito interesse dos salteadores, que só discordam sobre
qual o melhor caminho para espoliar economicamente os assalariados e
manter os líderes populares indefinidamente afastados da competição pelo
governo. Imaginar que os arrufos entre eles expressam pudores
democráticos ou é autoengano ou tentativa de empulhar a boa fé dos
democratas. Judas! Judas! Judas!
O Brasil caiu na clandestinidade e a
disputa por poder não tem limites, nem constitucionais, nem de
protocolos de acordos, nem de projetos administrativos. Os bocados de
poder são apropriados e mantidos aos berros, enquanto outro berrante não
prevaleça sobre os bezerros. O Ministro da Justiça distribui filipeta
de candidato a vereador, é desautorizado por delegados e fica por isso
mesmo; procuradores dão espetáculo de ignorância, afetação e
desonestidade intelectual, recebendo aplauso de juízes, estes,
defensores da tese fascista de que é democrático normalizar a exceção.
Promovem desnecessários espetáculos de prisões preventivas, algumas
talvez justas, para acobertar arbitrariedades sem conta convertidas em
técnica de chantagem. Ministros do Supremo agridem colegas pelos
jornais, algo que só faziam durante as sessões da Corte. Tudo
diariamente registrado nos jornais; não há pudor nem temor de reação.
Ninguém da direita reage a ninguém da direita, ainda não entenderam?
Os brutamontes atuais, no Executivo,
Legislativo e Judiciário só entendem a linguagem da brutalidade, o resto
é lantejoula. Os ativistas da reação precisam sentir medo. Tergiversar é
subterfúgio de colaboradores.
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