Levantamento realizado pelo governo dos Estados Unidos revela também que jovens gays, lésbicas e trans tentam quatro vezes mais suicídio
Uma pesquisa realizada pelo Centro de
Controle e Prevenção de Doenças, órgão do governo dos Estados Unidos,
revelou que jovens gays, lésbicas, bissexuais e transexuais sofrem mais
agressões do que jovens heterossexuais. No trabalho foram entrevistados
15.600 jovens por todo aquele país a fim de levantar dados quantitativos
e qualitativos sobre a violência contra a população jovem LGBTs em
escolas em comparação com a população heterossexual.
Segundo o portal Lado A, os resultados norte-americanos são
semelhantes às conclusões da “Pesquisa Nacional Sobre o Ambiente
Educacional no Brasil 2016”, lançado no último mês e realizado por ONGs
brasileiras. Nos Estados Unidos estudantes LGBTs relataram sofrer mais
abusos e preconceitos. A taxa de estupro sofrida por esses jovens em
comparação aos alunos heterossexuais é quatro vezes maior. O índice de
suicídio segue a mesma proporção.
Em uma ação que deveria ser repetida por todos os países da América
Latina, o Governo dos Estados Unidos levantou dados quantitativos e
qualitativos sobre a violência contra os jovens LGBTs nas escolas e no
âmbito emocional, fazendo um comparativo com a população heterossexual. A
pesquisa, realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças e
lançada esta semana, mostra que alunos gays, lésbicas, bissexuais e
transexuais sofrem mais agressões do que heteros, assim como os casos de
estupros são maiores e as reflexões sobre suicídio.
O estudo entrevistou cerca de 15.600 jovens de todo o território do
país, incluindo áreas rurais e estados mais conservadores, e foi
realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, o CDC. As
entrevistas foram realizadas de forma anônima para proteger a identidade
dos jovens. Os resultados foram parecidos com os apresentados em
estudos anteriores, mas de menor abrangência, e se parecem muito com o
da pesquisa realizada por ONGs no Brasil, lançado em agosto, a “Pesquisa
Nacional Sobre o Ambiente Educacional no Brasil 2016”.
Os estudantes LGBTs norte-americanos relataram sofrer bem mais com o
preconceito do que estudantes heterossexuais. A taxa de estupro entre
gays, lésbicas e bissexuais é quatro vezes maior do que entre
heterossexuais, assim como as tentativas de suicídio nos 12 meses
anteriores à pesquisa. Os depoimentos relatam que é bastante frequente
que colegas do colégio tentem violentar sexualmente ou usem de violência
física contra estudantes LGBTs. Por esse motivo, um dos dados
levantados é que mais de um estudante, a cada dez LGBTs, tinham faltado
aula no último mês por conta da falta de segurança.
Outro dado preocupante é que um, em cada cinco estudantes gays, já
sofreu algum tipo de agressão em um encontro romântico, mais do que o
dobro relatado por jovens heteros. Esses números estão preocupando as
organizações não governamentais que atuam diretamente oferecendo suporte
à população. Alguns problemas enfrentados são a falta de trabalho
realizado nas áreas rurais e, também, a dificuldade em alcançar os
jovens que, por diversos motivos, são forçados a viver no anonimato.
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