Por Fernando Brito, Tijolaço -
Chegamos ao impensável. Está feia a coisa.
Até mesmo a furiosa Janaína Pascoal percebe a loucura que pode se abrir com o pedido do PSDB, DEM e, agora, do pressionado PMDB, para cassar os direitos políticos de uma presidente já apeada do cargo. Diz ela a O Globo:
“Eu peço, pelo amor de Deus, que os
Partidos que ainda não impugnaram, não interponham nenhum tipo de
medida. Eu peço, pelo amor de Deus, que quem já impugnou o julgamento do
Senado, desista das medidas interpostas”.
Quando Janaína Pascoal recomenda moderação, imagine-se o que está se passando entre os radicais.
A ânsia de cassar dos direitos políticos de Dilma Rousseff é reveladora do ódio ensandecido dessa gente, mas também de outras coisas.
Em primeiro lugar mostra que o governo, na falta de uma pauta propositiva para enfrentar a agoniante crise brasileira, continua, mesmo depois de entronizado no Planalto, precisa apelar para uma agenda política vingativo-punitiva como forma de preencher o espaço das suas não-ações.
Segundo, que é um governo tão estúpido – ou tão confiante na submissão do Supremo – que não tem pudor em arriscar o que pode ser um novo imbróglio judicial naquilo que já poderia estar superado.
Agora, é evidente o apoio a uma escalada repressiva contra as manifestações de protesto.
Lamentavelmente, com o apoio da mídia e com a infiltração descarada de blackblocks que reapareceram como zumbis vindos lá das trevas.
Claro que é armado.
Eles querem apostar na conflagração com desculpa para a incapacidade de solucionar a crise.
A enxurrada de capital estrangeiro que entraria com o impeachment é uma balela: em agosto, saíram mais de US$ 2 bilhões de capital estrangeiro da Bovespa.
Sabem que não tem recuperação econômica a curto ou médio prazo e precisam manter o clima de animosidade.
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