Por Fernando Brito, Tijolaço -
Da Folha, hoje, como se escreveu ontem aqui:
A falta de respaldo do presidente
interino, Michel Temer, à candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF) na reta
final da disputa pelo comando da Câmara causou fúria no ex-presidente da
Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e no “centrão”, bloco que agrega partidos
pequenos e médios e do qual Rosso faz parte.
Segundo a Folha apurou, Cunha
disse a aliados, em conversas nos últimos três dias, que se sentiu
“traído” e “abandonado” por Temer, enquanto deputados do “centrão”
afirmaram à reportagem que pode haver retaliação ao governo em votações.
Para eles, a conta é simples: os 170
parlamentares que votaram em Rosso mais os 78 de partidos de esquerda,
por exemplo, podem derrubar o projeto do limite de gastos públicos, uma
das prioridades da gestão Temer.
Ciente de que a atuação do governo na
eleição para suceder Cunha pode ter reflexos na agenda legislativa, o
presidente interino resolveu agir e telefonou, na sexta (15), a líderes
do “centrão” para dizer que não pretende “desidratar” o bloco, como
disse em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, mas sim “unir a
base aliada”.
Pessoas próximas a Cunha, porém, relataram à Folha
que a explicação não convenceu e que o deputado ficou incomodado com o
empenho do governo, mesmo que discreto, para eleger Rodrigo Maia
(DEM-RJ) no segundo turno da eleição na Câmara.
Em junho, Cunha saiu de uma reunião
com Temer com a expectativa de que, caso renunciasse ao comando da
Câmara, o Palácio do Planalto o ajudaria a eleger um de seus aliados:
Rogério Rosso. Com ele, esperava percorrer um caminho mais favorável na
análise do processo de cassação de seu mandato, que precisa ser votado
em plenário.
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