Guilherme Souza, GekkNess
Muita gente torceu o nariz quando a Disney comprou a Lucasfilm, outros quando J.J. Abrams foi anunciado como diretor, e quando saiu o elenco, e assim seguiu até o primeiro teaser de Star Wars: O Despertar da Força.
Ali a maré mudou.
Quem estava cético passou a ter esperança, a acreditar de verdade no
potencial do filme. Será que Abrams ia conseguir trazer o velho
sentimento da franquia de George Lucas, as mesmas sensações que as pessoas mais velhas sentiram em 1977?
Star Wars: O Despertar da Força já está entre nós, e J.J. Abrams foi malandro.
Seu filme consegue emular muito bem o que foi a saga original, com
momentos para fazer o fã desses filmes chorar, enquanto apresenta a
galáxia (muito, muito distante) para um novo público, de maneira
parecida como a de 1977. Tecnologias mudaram, e é difícil imaginar que
alguém tenha visto ou vá ver esse filme sem conhecimento dos anteriores,
mas, se alguém assim for vê-lo, vai encontrar um universo convidativo,
grande e, acima de tudo, emocional.
É isso que Star Wars se tornou para o público. Emoção.
Um filme bem feito (tecnicamente) é essencial, mas isso nada adianta
sem ter a emoção que Star Wars nos proporcionou antes. Sem a ingenuidade
com que um personagem é apresentado ao universo (tal qual Luke foi),
sem pessoas carismáticas e uma produção real, algo que nos faça entrar no filme. Algo tão real que emocione.
E aí fica o grande trunfo de Abrams e O Despertar da Força. Essa recuperação da essência de Star Wars que nos emociona quando as belíssimas trilhas sonoras surgem, ou quando Han Solo e Chewbacca aparecem em cena. Assim como eles, nós nos sentimos em casa ao ver o filme. Nós
vibramos a cada referência ao passado, ou a cada vez que a Força entra
na jogada. Nós ficamos tensos quando o lado sombrio surge, quando a
ameaça parece que vai vencer, ainda mais neste filme, mais dramático e
pesado que os anteriores. E se a pessoa não conhece nada? Ela também vai
entrar no filme, ela vai conhecer a franquia de uma forma parecida com a
que ela surgiu, lá no final dos anos 70. Ela vai ver um filme com bons
personagens, visual e trilha estupendos e, novamente, emocionante,
convidativo.
É essa emoção que ajuda a tornar os
novos personagens tão carismáticos, que faz com que quem não conheça
muito do universo se interesse mais e movimenta o filme.
Por trás disso, existem os aspectos
técnicos do filme que, eles também, se transformam em emoção. O visual
deslumbrante de uma galáxia diversa, cheia de criaturas de formas
variadas, cheias de cores e idiomas próprios está ali, com pessoas por
baixo deles, com um dróide real circulando por ali. A trilha sonora, um
dos pontos altos da saga, está ali, pronta para emocionar nas cenas
importantes, marcando ainda mais os personagens. A fotografia se alterna
entre momentos singelos, delicados, e cortes frenéticos, ótimos para as
cenas de ação. Tudo pronto para emocionar. O novo trio principal, formado por Daisy Ridley (Rey), John Boyega (Finn) e Oscar Isaac (Poe Dameron) está incrível, especialmente Daisy, que entrega uma incrível personagem em Rey.
O filme tem defeitos, é claro.
Algumas soluções no roteiro são simples demais, soluções rápidas e
falhas para facilitar o andamento da história. Alguns personagens não
são bem explorados (ao menos nesse filme, vamos ver nos outros dois) e a
história em si não é das mais originais (como eu disse, Abrams foi
malandro).
Mas nada disso importa muito.
Nada disso atrapalha na experiência de assistir ao filme. E isso porque
a emoção é mais forte, a história é mais poderosa que seus pequenos
defeitos, e por isso Star Wars: O Despertar da Força é tão arrebatador, o
blockbuster do ano e o renascimento da franquia Star Wars. Sabendo
emocionar e atingir tanto os fãs quanto os iniciantes, o filme reacendeu
uma paixão que há alguns anos não estava tão forte.
Não há duvidas de que a Força, enfim, despertou.
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