Sai uma “cervejinha” para os pobres servidores do RJ. Só um gole do que a Ambev tomou
11:52
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Por Fernando Brito, Tijolaço -
Os jornais estampam que em pleno Natal, apareceu um pequeno alívio para os servidores públicos do Rio de Janeiro, vítima da monstruosidade que estamos assistindo, sem receber sequer o salário de novembro, muitos deles – se bem que os da Justiça se defenderam e já viram até o 13° salário. Um juiz condenou a Ambev, uma das maiores cervejeiras do mundo, a depositar R$ 40 milhões como garantia de uma dívida – de valor não divulgado – de ICMS
As roubalheiras de Cabral – novidade alguma há décadas, o que a imprensa e o MP não quiseram apurar – são sérias, mas não são a fonte essencial destas dificuldades que estão humilhando os funcionários fluminenses, que ontem faziam fila na rua (foto) para receber uma cesta básica.
A Ambev recebeu, no ano passado, nada menos que R$ 1,6 bilhão de isenções fiscais para ampliar duas de suas fábricas no Rio. Ainda assim, sonega impostos.
Em janeiro do ano passado, os dívidas de quatro mil empresas com o Fisco estadual passavam de R$ 27 bilhões – mais do que o necessário para pagar toda a folha de servidores durante um ano. Um quarto deste valor correspondia a apenas 10 empresas, com débitos de cerca de R$ 7 bilhões.
Quais são elas? Ah, você não pode saber, porque a Secretaria de Fazenda e o Ministério Público julgam que isso está coberto pelo sigilo fiscal.
Você não pode comprar um fogão no carnê porque seu nome está no Serasa, mas eles têm de ser preservados. Afinal, se o seu nome não vale nada – ou vale um cala-boca de R$ 1.000 se você for processar por inclusão indevida em cadastro negativar num Juizado Especial, mas a marca empresarial vale muito, não é?
Mas ficamos ouvindo nas TVs que o problema é que foram dados aumentos salariais exagerados – caras de pau, não sabem a tristeza que é o salário de um professor, de um servidor fora daquelas corporações de privilegiados -e não falam que a endeusada “redução da carga tributária tirou R$ 6,2 bilhões do Estado em 2014, mais R$ 6,6 bilhões em 2015 – e, segundo estimativa da Lei Orçamentária, R$ 7,1 bilhões este ano.
Dá R$ 20 bilhões, cem vezes mais que os R$ 200 milhões que, alega-se, Cabral surrupiou.
E ninguém vai vestir camiseta verde e ter o cabelo raspado.
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