Jornal GGN
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Facebook e Google irão tentar combater sites que espalham notícias
falsas, impedindo-os que utilizem seus serviços de publicidade. Os
endereços continuarão aparecendo nas buscas, mas não vão poder ter
anúncios através das duas empresas de tecnologia.
A
‘guerra’ aos sites de notícias fakes começa após as eleições dos EUA,
onde o Facebook foi acusado de influenciar no pleito através da difusão
de informações falsas que teriam beneficiado Donald Trump, o presidente
eleito.
“Não queremos mais notícias
falsas no Facebook, nossa meta é que tudo tenha sentido. E entre nossas
responsabilidades está evitar que as notícias falsas sejam difundidas.
Isso me importa muito, mas nos custa identificar ‘a verdade’. Enquanto
algumas histórias falsas podem ser desmascaradas facilmente, outras nem
tanto”, disse Mark Zuckerberg, do Facebook.
Leia mais abaixo:
Do El País
Gigantes tomam medidas para impedir que páginas maliciosas se beneficiem de seu sistema de publicidade
Rosa Jiménez Cano
Google
e Facebook declararam guerra aos sites de Internet que difundem
notícias falsas, que o buscador e a rede social vão impedir que se
beneficiem de seus serviços de publicidade. As notícias falsas,
portanto, continuarão aparecendo nas buscas e poderão ser
compartilhadas, mas não poderão obter anúncios por intermédio dos
gigantes do Vale do Silício, o que pode significar sua asfixia
econômica. Nenhuma das duas empresas especificou como identificará os
sites mentirosos contra o quais aplicará estas medidas.
Ambas as corporações tomaram
esta decisão depois que o Facebook foi acusado de ter influído na
campanha das eleições presidenciais dos Estados Unidos com a difusão de
informações falsas que, no final, supostamente favoreceram Donald Trump.
A mais criticada foi a que afirmava que o papa Francisco havia dado seu
apoio ao candidato republicano. Na sexta-feira, durante uma conferência
transmitida na ferramenta que mais promovem, o Facebook Live, o próprio
Mark Zuckerberg justificou seu papel durante a campanha: “De tudo o que
as pessoas publicam no Facebook, 99% é autêntico. Somente uma pequena
quantidade de notícias são falsas ou um engano”, escreveu o criador da
rede social no sábado.
Pensar que “tenham influído nas eleições de todo
modo é uma ideia muito louca. Os eleitores tomam decisões baseando-se
nas experiências que vivem”.
Mas também reconheceu que
nem sempre sabem como aferir o que se promove em seus murais: “Não
queremos mais notícias falsas no Facebook, nossa meta é que tudo tenha
sentido. E entre nossas responsabilidades está evitar que as notícias
falsas sejam difundidas. Isso me importa muito, mas nos custa
identificar ‘a verdade’. Enquanto algumas histórias falsas podem ser
desmascaradas facilmente, outras nem tanto. Sobretudo quando alguém não
está de acordo com um argumento e o tacha de falso, embora os fatos não o
sejam. E vice-versa. Estou certo de que a comunidade nos irá dizendo o
que é que faz sentido, e que nós mesmos tomemos consciência de nossa
arbitrariedade”.
No
entanto, o primeiro passo foi dado na segunda-feira pelo Google ao
anunciar que impedirá o uso de seu serviço online de publicidade
(AdSense) pelos sites que propagam notícias falsas, segundo antecipou
The New York Times. Horas depois, o Facebook anunciava que não mostrará
anúncios em sites que incluam conteúdos enganosos. Isso levará a
mudanças em sua ferramenta Audience Network, um autosserviço de
publicidade online que aceita ou rejeita a promoção de links em poucos
minutos. Daqui por diante vai identificar melhor os sites de conteúdo
ilegal, uma lista à qual serão acrescidas as páginas de fake news e os
sistemas hoax (mensagens falsas em rede que são reproduzidas em fóruns,
redes e mensagem eletrônica).
“Atualizamos
nossa política para deixar claro que também [o sistema de veto] vai ser
aplicado às notícias falsas”, disse um porta-voz do Facebook em um
comunicado. “Nossa equipe continuará vigiando de perto os possíveis
novos sites de falsidades e monitorando os existentes para garantir o
cumprimento” da nova normativa da rede social.
Apesar
desta iniciativa, nenhuma das duas empresas disse nada sobre o veto ao
aparecimento dos sites mentirosos nas buscas ou a mera publicação na
rede social, como afirma a agência Reuters. A AdSense permite aos
anunciantes colocar anúncios em milhões de sites e é uma fonte de
receita para muitos editores.
Durante
a campanha eleitoral, o site BuzzFeed mostrou como na Macedônia estavam
criando sites com a única finalidade de difundir notícias falsas sobre
Hillary Clinton, que depois eram compartilhadas maciçamente, o que
permitia a esses mesmos sites receber dinheiro por intermédio da
publicidade que o AdSense do Google lhes repassava. Foi o Buzzfeed, um
site de notícias centrado em millennials, que revelou a existência de um
grupo de funcionários do Facebook crítico da atuação durante a
campanha. Um dos problemas internos tem a ver com a equipe de gestão de
notícias. Embora o Facebook enfatize que não é uma mídia, conta de fato
com jornalistas. Em meados do ano demitiu grande parte da equipe que
escolhia os temas candentes para deixar essa função em mãos de um
algoritmo. O resultado foi, precisamente, a exposição maciça de
histórias tanto falsas como truculentas, em lugar destacado da página de
capa de cada perfil.
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