Calero terminou de enterrar Temer e um governo virtualmente morto

Palmas para ele, que ele merece
Por Kiko Nogueira, DCM -
 
Quis o destino que o traidor fosse traído.

O depoimento de Marcelo Calero à Polícia Federal sobre o caso Geddel, revelado por Natuza Nery na Folha, é demolidor.

Calero contou que Temer “o enquadrou” para encontrar uma “saída”.

Temer não buscava uma solução da desavença entre dois ministros, nada disso.

Queria o mesmo que Geddel: a liberação das obras do edificado de luxo La Vie Ladeira da Barra, embargado pelo Iphan por estar numa área tombada de Salvador.

Temer é cúmplice de uma maracutaia. O que ganharia com isso, ele teria obrigação de responder.

Diz o documento da PF:
“Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado ‘dificuldades operacionais’ em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução”.
Temos aí mais um personagem: a ministra Grace Mendonça, que, deduz-se, estaria ciente do malfeito e encontraria um jeito de fazer a coisa andar.
Continua:
”Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente ‘que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão’”.
Calero teria se sentido “decepcionado”. Ele mesmo não é nenhum novato. É do PMDB do Rio de Janeiro, ninho de cobras, e foi secretário de Eduardo Paes.

Para se surpreender com Temer e Geddel é porque, provavelmente, a baixeza atingiu níveis insuportáveis até para um profissional.

Mais do que Geddel Vieira de Lima, Marcelo Calero torna-se responsável por ilustrar em cores vivas quem é Michel Temer: um anão metido em pequenos expedientes e grandes negócios, disposto a sujar as mãos para agradar um aliado corrupto como ele.

De graça não é.

O ex-titular da pasta da Cultura —  que, aliás, não deveria existir na gestão golpista vilegiatura — terminou de enterrar um presidente e um governo que já estavam virtualmente mortos, a não ser na ficção canhestra dos suspeitos de sempre.
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